
No quadro das Jornadas Março Mulher, o PASCAL, projecto financiado pela União Europeia, em parceria com o Ministério da Administração do Território (MAT) promoveu, nesta Quinta-feira, 28 de Março, na Casa da Juventude de Viana, em Luanda, às 9 horas, a roda de conversa sob o tema “A Participação da Jovem Mulher na Governação Local”.

O encontro, que reuniu mais de 80 jovens mulheres e homens, teve como objectivo promover a reflexão sobre o papel da mulher no processo da Governação Local e a identificação de oportunidades que favoreçam o seu empoderamento. De igual forma, constituiu um espaço de debate e partilha de experiências de Governação local, lideradas e dinamizadas por jovens mulheres.

Durante o encontro, foram discutidos temas ligados à participação feminina na esfera social, política e religiosa, tendo saído da conversa diversas conclusões que pretendem incentivar a jovem mulher a tomar decisões sobre a sua participação no progresso das suas comunidades.
Segundo Abgness Neto, 75% da economia informal é composta por mulheres, cabendo a elas a responsabilidade de prover alimentos para as famílias angolanas. Não há políticas públicas que atendam ao peso real das mulheres na economia e na sociedade, mas essa ausência de políticas públicas é, também, uma política pública de exclusão.

Manasia Futa, considerou que, se 47% da população angolana é jovem, o que estão a fazer para o progresso social e económico das suas comunidades e incentivou as jovens mulheres a olharem para a proposta de lei das autarquias locais para perceberem como se posicionarem.
De acordo com Emilia Matias, a primeira preocupação da mulher deve ser a inteligência cognitiva, pois não podemos querer ter oportunidades se não soubermos fazer alguma coisa. Além disso, ressaltou que o princípio da igualdade não pode ser visto como um favor imerecido ou como uma cota de favorecimento político e social, acreditando que as mulheres angolanas têm mérito suficiente para governar, uma vez que são líderes natas.
Eduarda Zacarias considerou que as jovens mulheres têm tudo para participar no processo de governação, faltando apenas oportunidades, pois as mulheres ainda são combatidas, então as mulheres precisam unir forças para alcançar os seus objectivos.

Considerando que Angola é um país jovem com muitas mulheres, há uma necessidade de garantir que essas premissas estejam alinhadas com políticas públicas para melhorar a representação das mulheres em cargos de liderança na administração local, bem como em funções públicas e de liderança em diversos sectores da sociedade angolana.

Nesta perspectiva, a roda de conversa serviu de plataforma para a construção de sinergias e promoção de iniciativas das jovens mulheres em várias outras áreas profissionais e do conhecimento.
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